A humanidade como conhecemos hoje foi toda devastada. São mais de 150 anos depois dos tempos atuais, e não se vê mais uma viva alma andando em mega-cidades como Nova Iorque. A razão? Uma guerra entre robôs e humanos, que deu às máquinas o posto de dominante no planeta. Essa história, que passeia lado a lado com o “Exterminador do Futuro”, faz parte do novo projeto da Ninja Theory: o game “Enslaved: Odyssey to the West”. E como o próprio nome diz, trata-se de uma odisséia para o oeste. No entanto, como diria os sábios do Guia do Mochileiro das Galáxias: Não entre pânico! Você não vai precisar assumir um Arnold Schwarzenegger pelado – nem nada perto disso. O protagonista da vez é Monkey, um [lindo] prisioneiro escravo, que tem como companhia uma garota de belos olhos e corpo torneado chamada Trip. Por obra do acaso, Monkey está preso mentalmente com Trip. Isso significa que, para sobreviverem, eles não podem ficar longe um do outro. E faz sentido, pois ela precisa da força bruta do rapaz para conseguir completar sua jornada de volta para casa. E vice-versa, pois perspicácia de Trip também é muito bem-vida em momentos de apuros. Nas palavras de Trip, funciona assim: “Se eu morro, você morre”. Simples! Toda a aventura é rica em detalhes. Os cenários são vivos, coloridos e muito amplos. Apesar de estarmos num mundo pós-apocalíptico, há até uma calmaria durante a aventura. Talvez, pela ausência de trilha sonora (proposital) e os ambientes limpos em que os personagens passam. Para completar, os personagens contam com diversos poderes especiais, os quais ajudam um ao outro durante as batalhas. Apesar de Monkey contar com pouca variedade de golpes, os combates são divertidos. Não há muitas habilidades para se aprender ao longo da aventura. São alguns upgrades nas armas, defesa e combate, que podem ser comprados com pequenas bolhas vermelhas pelos cenários. Fora isso, há armas, escudos e chamarizes que os personagens acabam descobrindo no caminho. Outra parte de destaque também está na exploração dos cenários, que funciona mais ou menos como “Uncharted”, em que você deve escalar determinados locais para prosseguir e se desdobrar para passar por penhascos. Monkey escala diversos tipos de obstáculos, morros, prédios e ladeiras. Sem esquecer, claro, que ele sempre precisa encontrar o melhor caminho para a donzela passar. “Enslaved: Odyssey to the West” não traz uma revolução nos jogos de ação e aventura. A jogabilidade é simples e limitada e a história faz parte da ficção científica contemporânea em que estamos já acostumados. Porém, o ponto mais alto deste game está justamente nos personagens. A animação de expressões faciais, junto da dublagem extremamente bem-feita, faz com que você realmente faça parte de um filme – de belos protagonistas, diga-se de passagem. Com uma média de sete ou oito horas de jogo, espere encontrar explosões, cenas de aventura, momentos tristes e engraçados. Há até... uma coroa. O item que entrelaça mentalmente os dois personagens. Essa é toda a magia da narrativa. Enquanto você passa por fases, lutas e ação, a tal da coroa faz o trabalho de aproximar os personagens, e também aproximá-los de você. E no final, vai ficar bem difícil escolher qual deles é o seu preferido. O melhor: Ligação com os personagens | O pior: A jogabilidade poderia ser mais envolvente